17/11/1717
No dia 17 de novembro de 1717, refere frei João de São José do Prado, o rei protagonizou o lançamento da primeira pedra da Basílica, tendo sido construída uma capela em madeira, ornada com toda a pompa e circunstância, ocupando a zona do cruzeiro, entre os alicerces da construção, onde no dia anterior D. Filipe de Sousa, Chantre da Sé Patriarcal, benzeu uma cruz de madeira, com 4,80 m, hasteada no lugar do altar-mor, e que aí permaneceu até à sagração da mesma em 1730. A solene cerimónia reuniu grande assistência, entre a corte, o Primeira Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, que benzeu a pedra basilar, e respetivo séquito, um padre da Companhia de Jesus, um Provincial e 66 franciscanos da Província da Arrábida, os párocos e clérigos da vila e freguesias de Mafra, o corregedor da Comarca, o juiz e vereadores do concelho de Mafra, um organista, músicos (clarins e timbales) e cantores, uma força de cavalaria, infantaria e da guarda real alemã, e um grande ajuntamento de povo da vila e arredores.
08/12/1720
A formação intelectual e a modernização do ensino assim como, outros aspectos da vida cultural portuguesa mereceram especial consideração por parte do monarca. A instituição da Academia surgiu na sequência da criação de Academias Régias na Europa, ao longo do século XVIII. Tinha como objectivo escrever a história de Portugal e suas conquistas. Os seus estatutos foram confirmados por decreto de 4 de Janeiro de 1721 tendo sido inicialmente instalada no palácio dos Duques de Bragança. Para além desta, criou ainda a Academia de Portugal, em Roma, com a finalidade de formar novos talentos artísticos, o observatório astronómico do Colégio de Santo Antão, a criação da Escola do Seminário da Patriarcal, que veio a ser uma das mais importantes instituições de ensino da música em Portugal e as bibliotecas regias que dotou com milhares de livros adquiridos no estrangeiro.
1726
Natural de Neuchatel, médico e naturalista, Senhor de la Moloniere, foi Coronel do Exército Francês. Viajou pela Luisiana de 1733 a 1736 e morreu em Paris em 1741. Esteve ao serviço de D. João V., como naturalista, viajando pela Península Ibérica de 1720 a 1726. Crê-se que esteve em Portugal por quatro vezes, duas delas antes de 1723. O texto referente a Portugal foi publicado com o título de “Memórias instrutivas sobre Portugal”, no livro O Portugal de D. João V visto por três forasteiros (Biblioteca Nacional, 1983).
1728
D. Tomás de Almeida, 1º Patriarca de Lisboa, contratou os serviços do famoso arquiteto italiano António Canevari para construir o aqueduto de Santo Antão do Tojal, importante exemplar da arquitetura barroca. Recorde-se que o arquiteto em causa fez parte da primeira equipa patrocinada por D. João V responsável pela obra do Aqueduto das Águas Livres. O Aqueduto de Santo Antão do Tojal tem cerca de dois quilómetros com uma parte subterrânea próxima da sua nascente em Pintéus, e um troço a descoberto apresentando arcos simples assentes em grossos pilares, construção visava principalmente alimentar a magnífica Fonte Palácio, peça central do projeto que Canevari desenhou para todo o conjunto da praça a pedido do 1º Patriarca.
(imagem – Arquivo Municipal de Lisboa)
1728
Espaço funcional munido com todas as dependências e pertences indispensáveis à vida de uma comunidade religiosa, foi projetado originalmente para 80 frades, mas D. João V decidiu ampliá-lo para 300, em 1728, “já os trabalhos de construção se achavam bastante adiantados, e na parte do nascente se viam dilatados pomares e um extenso jardim”, nas palavras do autor Júlio Ivo. Habitado logo após a sagração da Basílica (22-10-1730) por 210 franciscanos da Província da Arrábida, em 1744 já eram 342. Durante 104 anos o Convento de Mafra foi alternadamente ocupado pelos franciscanos (+/- 80 anos) e pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho (+/- 20 anos), até à extinção das ordens religiosas em Portugal, em maio de 1834, tendo sido incorporado na Fazenda Nacional.
1729 a 1734
D. João V realizou uma vasta encomenda de escultura italiana para a fachada e interior da Basílica, a maior de então fora de Itália, constituída por 58 estátuas de grande dimensão e três baixos-relevos, em mármore branco de Carrara, executados em oficinas de Roma, Florença e Génova, pelos escultores Carlo Monaldi, Pietro Bracci, Giovanni Battista Maini, Giovanni Baratta, Agostino Corsini, Antonio Montauti, Baptista Vacca, Francesco Maria Schiaffino, entre outros, durante os anos de 1729 a 1734. Ladeando a varanda principal da fachada da Basílica encontram-se duas dessas estátuas: as dos Patriarcas São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão.
20/06/1729
A deficitária distribuição de agua potavel em Lisboa obrigou ao abastecimento da cidade a partir de nascentes que existiam a não muita distancia. O decreto que autorizou o Senado da Câmara de Lisboa a regular os géneros sobre os quais se lançaria o imposto denominado «Real da Agua» para financiar a construção do Aqueduto das Águas Livres foi assinado em 20 de Junho de 1729, pelo que, se pode dizer que a população pagou do seu bolso a água que passou a beber.
1730
Ordem régia para que se proceda à construção do caminho que vai de Santo António do Tojal até Mafra e desta vila até ao distrito da cidade de Lisboa, de forma a que possam passar três carruagens emparelhadas. Ordena também que todos os juízes dos julgados circumvizinhos façam conduzir à vila e às pedreiras de Pero Pinheiro, todos os víveres e mantimentos que sejam necessários.
(imagem – Arquivo Municipal de Lisboa)