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Rossio

Lisboa

E estando já passados quase dois anos que se queimaram pessoas em Lisboa, está o Rossio cheio de povo, duas vezes em festa por ser domingo e haver auto de fé (…) El-rei, com os infantes seus manos e suas manas infantas, jantará na inquisição depois de terminado o acto de fé, e estando já aliviado do seu incómodo honrará a mesa o inquisidor-mor (…)

Rossio é a denominação original atribuída a um espaço largo para fruição e convívio da população. Depois que “os arquitectos reedificadores da capital ergueram, em vez da Praça antiga, irregular e esguelhada, um formoso paralelograma de casario” todo o rossio, que após o terramoto de 1755, não passava de ruínas e escombros fumegantes foi ganhando aos poucos, a feição atual. Este largo citadino surge no séc. XVIII denominado como Praça do Rossio e em 1836, por decreto governamental passou a designar-se Praça de Dom Pedro. Hoje como ontem, o rossio continua a ser a praça nobre por excelência.

O Rossio surge no início da obra do Memorial do Convento associado a um Auto de Fé levado a cabo pela Inquisição a 26 de Julho de 1711 no qual se encontra Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda, a ser julgada por atos de feitiçaria e condenada ao degredo em Angola. Blimunda está entre a população que assiste ao julgamento, assim como Baltazar. Os dois conhecem-se nesse momento, e daí em diante viverão uma história de amor plena, alicerçada em ideais de liberdade.

(…) Começou a sair a procissão, vêm os Dominicanos à frente, trazendo a bandeira de São Domingos (…) a procissão é uma serpente enorme que não cabe direita no Rossio (…)