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Igreja de
Santo André de Mafra

Mafra

 (…) é a casa dos Sete-Sóis, como antes foi explicado, muito perto da igreja da Santo André e palácio dos viscondes, mora, aqui na parte mais antiga da vila, ainda se vêem uns restos do castelo que os mouros levantaram no seu bom tempo, manhã cedo saíram, vão encontrando pelo caminho outros homens da terra, que Baltasar conhece, vai tudo para a obra, […] como Mafra está no fundo duma cova, têm aqueles de subir por carreiros que já não são os de antigamente, cobriu-os o entulho que do Alto da Vela vem sendo despejado (…). 

Memorial do Convento, 1982, p. 139.
Vista 360º

Igreja de Santo André de Mafra
e Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima

Igreja de Santo André de Mafra

Dentro das muralhas medievais, erguia-se a Igreja de Santo André, construída entre os séculos XIII-XIV, igreja paroquial e colegiada até, respetivamente, 1835 e 1848. A primeira referência documental data de 1279, albergando no seu interior os túmulos dos donatários de Mafra, D. Diogo Afonso de Sousa e D. Violante Lopes Pacheco. O monumento é um dos melhores exemplos do gótico paroquial, substituindo um templo anterior. Reformado no século XVI, tendo o corpo sido coberto com uma abóbada, durante os séculos XVII e XVIII, sofreu uma transformação ao nível da arquitetura e do seu equipamento artístico, vindo a ser restaurada no século XX pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. O restauro, dentro do espírito da época, procurou devolver-lhe a sua feição primitiva, demolindo a torre sineira barroca. Foi classificada Monumento Nacional em 1935. 

Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima

O Palácio dos Viscondes de Vila Nova da Cerveira, depois Marqueses de Ponte de Lima, senhores da Vila de Mafra, foi construído no século XVII, provavelmente aproveitando estruturas do paço medieval. D. João V, quando se deslocava a Mafra para acompanhar as obras do Palácio-Convento, pernoitava neste palácio. No fim do ano de 1805 foi cenário da “Conspiração dos Fidalgos” ou da “Conspiração de Mafra” contra o príncipe regente D. João, futuro D. João VI, e albergou o general Louis Henri Loison durante a ocupação francesa (1807-08). Após aquisição pela Câmara Municipal de Mafra, nos terrenos da antiga Quinta da Cerca foram construídas instalações escolares e associativas e o Parque Desportivo Municipal. Desde 2011, o palácio foi transformado em Centro Internacional de Investigação e Treino, intitulado Universidade dos Valores, pelo Instituto Luso-Ilírico para o Desenvolvimento Humano.

Quinta da Raposa

Situada na antiga corredoura medieval, a Quinta da Raposa deve o seu nome ao beneficiado José Joaquim Raposo. O solar foi residência do botânico e arqueólogo Estácio da Veiga (arqueólogo e antropólogo do século XIX), no período de investigação na região de Mafra. No ano de 1953 é destinada para instalação do Seminário de São Vicente de Paulo da Província Portuguesa da Congregação da Missão. Em 1973, a Câmara Municipal de Mafra adquiriu, na sua totalidade, a Quinta da Raposa, onde chegou a funcionar a Escola Preparatória e Secundária de Mafra, albergando, atualmente o Conservatório de Música de Mafra e a Casa da Música Francisco Alves Gato.

Antigas Casas da Câmara e Pelourinho

O edifício das Casas da Câmara, atual Museu Municipal Professor Raúl de Almeida, foi construído no final do século XVI e ampliado entre os séculos XVII e XVIII, constituindo um exemplar de grande qualidade da arquitetura civil barroca de carácter administrativo e judicial. Foi Paços do Concelho até meados do século XIX, altura em que foi convertido em cadeia civil, função que manteve até ao século XX. O pelourinho, datável do século XVII, encontra-se classificado Imóvel de Interesse Público desde 1933, apesar de ter existido, certamente, um da época medieval, desaparecido no tempo.