Mafra
(…) os barcos que outros tijolos trazem do Algarve e de Entre-Douro-e-Minho e os vão descarregar, Tejo adentro, por um canal aberto a braço, ao cais de Santo António do Tojal, os carros que por Monte Achique e Pinheiro de Loures trazem estas e outras matérias ao convento de sua majestade (…) .
Coração da Vila da Malveira continua a ser palco de um dos mercados semanais mais emblemáticos da apelidada região saloia, o Mercado da Malveira, tendo lugar às 5.as feiras, também conhecido como a Feira da Malveira dos Bois. Instituído após a concessão da feira anual por D. Maria I, em 1782, foi destinado ao abastecimento de gado para o consumo de Lisboa e arrabaldes, tornando-se um dos mais importantes e célebres de Portugal. Ao comércio de gado, juntou-se a venda dos mais diversos produtos, salientando-se os associados à agricultura, pecuária, pesca, têxteis e calçado. Na década de 1980, a venda de gado foi deslocada para o Campo da Ermida, efetuado nas madrugadas de 4.ª para 5.ª feira.
Projetado por Morais Carvalho, com possível conceção de Paulino Montez, foi inaugurado no dia 5/10/1936, sob patrocínio da Câmara Municipal de Mafra. De grande elegância e integralmente feito com mármore branco, o tanque é provido de um pilarete central, onde se situam as bicas, o qual é protegido por cúpula assente sobre quatro colunas.
Foi vontade de Beatriz Costa que muitos dos objetos de que se fazia rodear no seu quarto, no Hotel Tivoli, em Lisboa, fossem doados ao povo da Malveira, tendo sido criado o museu homónimo, inaugurado pela atriz em 10/8/1993 (atualmente integrado na Casa de Cultura da Malveira). Nascida em 14/12/1907, no lugar de Charneca do Milharado (Mafra) faleceu a 15/4/1996, no quarto do Hotel Tivoli (Lisboa), tendo sido uma das figuras nacionais que mais se notabilizaram nas artes de representar. O auge da sua carreira ocorre na década de 1930, em que se evidencia o filme A Aldeia da Roupa Branca, um dos maiores êxitos do cinema português.
Com fundações do século XVII, a 8/5/1723, o Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, autorizou a reconstrução integral do templo, feição que chegou até ao presente. Obra contemporânea do Convento de Mafra, no seu interior, as paredes são revestidas por pinturas que sugerem elementos arquitetónicos marmoreados. Tanto na nave, como na capela-mor, existem painéis de azulejo azuis e brancos, dedicados à vida e litanias da Virgem. Em espaço fronteiriço à fachada da capela, ergue-se cruzeiro.
Construído antes de outubro de 1810 sob a direção do tenente-coronel Richard Fletcher (obra n.º 66) tem uma planta em estrela com um fosso escavado na rocha que envolve todo o reduto, com 4 metros de profundidade. Estava coberto por um telhado de duas águas com encaixes em madeira. O reduto encontrava-se guarnecido por 350 homens, dispondo de 4 bocas-de-fogo (calibre 12).
O contrato para construção do caminho-de-ferro foi adjudicado à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 1883, e entregue à empresa Duademi & Bratissol em agosto de 1885. A chegada do caminho-de-ferro à Malveira era uma exigência local antiga e, para a sua abertura, José Franco Canas, abastado empresário da vila, cedeu terrenos entre o Sabugo e Pêro Negro. O comboio chegou à Malveira no fim do século XIX, mas a estação de caminho-de-ferro, como ainda hoje existe, apenas entrou em funcionamento cerca de 1920. Fator essencial no incremento e apogeu do Mercado da Malveira, a via-férrea transformou-se no principal meio de transporte de mercadorias e gado, justificando que às 5.as feiras os comboios trouxessem mais carruagens, realizando-se desdobramentos nos trajetos.